Caramba, parabéns à ela cara. A receita é algo muito secreto ?
guilhermegnzaga
Esse lançe de imagem materna e paterna tem que ser superado dialeticamente, dentro da psicologia. Mais da metade das familias são de formação irregular ou tem seus serviços mal distribuidos. Não sei porque a "imagem do pai" sempre sugere uma vida mais fácil do que a da mãe (o cara sentado na poltrona assim rsrs) Um adendo: Se vê que o seu terapeuta é cristão, você já vai ver ele ramelando e misturando tudo na psicologia familiar.
Eu sempre vivi bem sozinho, não no sentido de não ter amigos familiares ao meu redor, mas desde o início meu propósito profissional era muito desviado do que todos ao meu redor acreditavam. Minha mãe por exemplo, só descobriu que havia graduação em música quando eu passei na universidade rsrs... Eu simplesmente tive um filho, faz 9 anos. Suspeito sou de dizer: o menino é um gênio, quando ele tinha 3 anos a mãe dele foi pra europa e eu fiquei full time com o carinha. Embora parecamos sozinhos no mundo consegui construir relações com e para ele que poucas crianças da idade dele têm.
ex:
- uma continha no bar da esquina pra quando ele quiser comprar uns quitutes, uns miralbel, etc...
- um ciclo de amigos da ruapara ele encontrar ocasionalmente
- eu promovi uma espécie de censura (rsrs) com o entretenimento infantil contemporâneo: sem android, sem internet aberta, sem serviços de streaming porém com um repositório enorme de desenhos antigos como os cartoon cartoons e antigões da hanna barbera, jogos eu sou mais liberal, deixo ele ter a conta dele no roblox e conversar por ali. mas acabo forçando ele a jogar meus jogos das antigas como Warcraft III, Diablo II, Red Alert, Age of Empires, Zeldinha (nos emuladores), etc
- uma relação que não envolve só amor e carinho, mas uma forma de amizade com trocas de opiniões sincera e raciocínios mútuos (que espero não perder com a adolescência)
- desenvolver diversas preocupações individuais ("deu briga!? vaza longe", "olha o nóia da rua, hora que esse cara chegar na praça vaza", "a tiazinha que mora ali embaixo briga mesmo com o barulho das crianças porque é uma infeliz n liga não")
- temos um sistema de radio-comunicação pra quando ele vai dar um rolê pelo bairro (tenho alcançe de +- 5km)
- ele tem iniciativa de incluir coisas na lista de compras
- "o pão com fermento caseiro, a coca de vidro, a banana mais verdinha, um pião de madeira, um bibioquê*" e outros valores lúdicos que a modernidade vem nos tirando
- etc, etc, etc...
Bom, ele sabe o pai que tem e que um coitado como esse que insiste em viver de música não pode prover muita coisa no sentido material (ex: uma bolsa nova, brinquedos superfaturados, etc...). As vezes rola o questionamento "nossa você fica em casa o dia inteiro pai" sendo que eu saio trabalhar de madrugada (graças a ajuda de uma vizinha que tenho confiança) e chego no outro dia arregassado, ele vê que alguma coisa eu faço. O mundo (talvez mais a minha família que o mundo todo) esfregou demais na minha cara que nada iria dar certo sem uma 'esposa' ou a mãe dele comigo. Mas eu digo que seria só mais estorvo. Infelizmente, não tem como negar quando você é uma pessoa sozinha, e aceitar sem propósito associações mesmo que na instituição mais sagrada possível que é a familia.
TLDR (resumo)
Não tenham medo de viver a vida e criar alguém sozinho. Ter um filho é uma parada que pode extravasar seu potencial como ser humano! Deixar de lado essa história de "mamãe, papai e filhinho", figura materna, figura paterna, etc foi um ponto crucial pra poder progredir nesse modo.
P.S: vocês sabem o que é um bibioquê ?
Eu acho que quase todo projeto/grupo que vou fazer parte em qualquer plataforma (IRC, XMPP, mensagens do ~~reddit~~, servidores do discord) sempre o idioma principal é inglês (com excessão de canais sobre concurso, estudos, lingua portuguesa, o pessoal do lemmy rsrsrs etc...). Inclusive já vi grupos de projetos de programação com vários brasileiros e falantes de idiomas latinos que o que estava rolando de conversa era em inglês. Isso é um saco.
Fora isso como conteúdo principal, num vídeo no youtube por exemplo, o máximo que pode acontecer é você disponibilizar as duas dublagens nos dois idiomas (pt-es), onde uma delas pode ser uma dublagem horrenda e inexpressiva feita por computador. Realmente, eu leciono inglês e leio muito na web... É em inglês o que eu mais consumo de qualquer maneira.... Mas acho que ficar preso no idioma anglo-americano e ver as plataformas despejando informações e conteúdos que cada vez mais saúdam e/ou são coniventes com as ideologias mais horrendas dessas porcarias de países. Vê-se o X por exemplo: virou uma panfletagem incisiva sobre assuntos ridículos como a islamização da europa e demais falácias eurocentristas... O mesmo acontecerá sucessivamente com as outras redes, incluindo o youtube.
Então, para mim PRIMEIRO:
Eu já tenho a pré-concepção que eu não terei espaço pra tratar de coisas relevantes nessas plataformas, tampouco para formalizar ou decidir um idioma para comunicar os mesmos.
Pra fugir, eu tive que sair procurar, realmente eu me senti cercadão dentro da internet de uso comum pra nós lusófonos que falam inglês.
Passei um tempo estudando russo/eslavo e deu pra ter um contato legal com pessoas que vivem de cabo à rabo sobre dois continentes.
Também tive a experiência em que conheci através internet uma pessoa da Síria que me ajudou bastante a entender o pessoal de lá, e eu agradeço muito a cada tradução que ela fez de memes e outras coisas como artigos de notícias que eu queria saber (rsrs)
Enfim, a minha solução foi sair caçar o que eu queria. Tem muita gente falando de tudo e com ótimos assuntos por aí em inglês, mas se eu quisesse ver algo realmente diferente eu tive que sair um pouco. Por mim, não só para o português e espanhol, a gente tem que se abrir pro mundo, o conceito de querer saber o que alguém tá pensando sem saber o idioma dela se tornou abstrato pra mim com o tempo, fica o testemunho.
Gostaria que o pessoal da LATAM conseguisse ter uma comunicação unificada, podendo assim pelo menos 'não usar as mesmas palavras' que esse pessoal.
Eu diria de uma forma 'preguiçosa'.
Muitas coisas poderiam ser incluídas a respeito da real valorização da influência afro-diaspórica na cultura local. Antigamente eu tinha opinião besta de falar, olha a cidade que a globo mostra, não mostra o morro não mostra fome... Mas pô, o mundo todo faz isso, se você tem uma novela de alcance internacional (creia, os portugueses assistem, ou pelo menos assistiam MUITO novelas e séries da globo) você vai sim fazer propaganda do seu país da maneira que o pessoal de for gostaria de consumir. Principalmente por esse ponto, é e sempre foi muito difícil acreditar no potencial construtivo de algumas novelas, principalmente as de época. Ensinar ao abordar a história é e sempre foi um compromisso de qualquer peca de arte para consumo geral que se preze.
Vale lembrar que "O Sítio do Pica-pau" é uma suavização de muitas coisas que o racista do Machado de Assis escreveu. É importante que se reproduza sempre o que acontecia, mesmo dessa maneira 'morosa' em relação ao processo de humanização e as pautas progressivas. Um dos fatores positivos é que muitas novelas que tiveram seus relançamentos como Sinhá-Moça, Xica da Silva, Escrava Isaura têm um fator crescente do que seria buscar retratar uma realidade histórica fidedigna. Estas são telenovelas que são respectivamente sobre a escravidão (e seus tramas, logicamente). Porém lembro me de várias outras que assisti 'picado' na infância como Chocolate com Pimenta (humor) e Terra Nostra (drama) e o "Sítio do Pica-pau" que tem figurações sobre a cultura negra e o povo escravizado que realmente não batem e estão mais perto do cômico na tragédia do que algo que cumpra algum objetivo histórico.
Eu lembro do primeiro beijo gay na rede globo, eu lembro do alarde dentro de uma internet primitiva em 2008 que ressignificou a Rede Globo, altamente apologética à ditadura em sua época (e depois), como uma empresa inimiga da 'familia e dos bons costumes'. Pode se acrescentar que outras novelas sem aspectos culturais nenhum como aquele monte de blasé da record e sbt (novelas mexicanas, mutantes, novelas da bíblia altamente desfiguradas) nunca mereceram e nunca merecerão um centavo do dinheiro público. A Globo não recebe à toa. Recebe pra ser o que o Brasil exporta como Brasil, mesmo que contado da maneira deles e com essa 'preguiça' de envolver questões problemáticas e de extrema importância para a sociedade brasileira. O ponto fraco do negócio é a questão das religiões afro-brasileiras, que correspondem à grande parte das religiões não cristãs em território nacional serem tão apagadas ou reproduzidas num contexto exótico como se não fosse fruto da terra em que pisamos.
Por fim, acho que não tem perigo visto que vejo uma progressividade, mesmo que vagarosa, da emissora/produtora para incluir cada vez mais as questões que citei. Espero que tenha ajudado com a sua questão